Flanelinhas - ou em bom Goianês, vigiadores - podem estar com os
dias contados nas ruas. O Deputado Fabio Trad, do PMDB do MS, propôs Projeto de
Lei (nº 2.701/2011) que já tramita na Câmara defendendo a criminalização dos chamados flanelinhas, os guardadores de carros
estacionados em vias públicas. Estes passariam a ser puníveis com detenção de
1 a 4 anos por eventual constrangimento ou cobrança de valor por “vigiar”
veículos.
Abaixo, trechos do texto legal
proposto:
Art.158-A – Constranger alguém, mediante ameaça, a permitir a
guarda, vigilância ou proteção de veiculo por quem não tem autorização legal ou
regulamentar para o exercício destas funções. Pena – detenção, de 1 a 4 anos, e multa. §1º Incorre nas mesmas penas
aquele que solicitar ou exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, dinheiro ou qualquer vantagem, sem autorização legal ou
regulamentar, a pretexto de explorar a permissão de estacionamento de veículo
alheio ou em via pública, bem como aquele que, sem o consentimento do condutor,
constrange-o a permitir serviços de limpeza ou reparos no veiculo em via
pública.§2º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, se resultar dano
aos veículos em virtude do não consentimento do condutor.
Há sim vigiadores que ameaçam, constrangem e intimidam os motoristas,
além, é claro, de cobrarem valores exorbitantes e antecipadamente. O cidadão se
vê numa encruzilhada, pois se não aceitar o “serviço” e arcar com o custo, corre
o risco de ter o veículo avariado ou, pior ainda, corre risco ele próprio.
O deputado completa: “as ruas
passaram a ser ocupadas por indivíduos denominados flanelinhas ou guardadores
de carros que se autoproclamam proprietários de determinada área, passando a
ditar regras e normas de conduta às pessoas.”
Em Goiânia, a situação é essa, quiçá,
pior. Flanelinhas não se contentam com centavos, e por vezes, nem sequer com 1
ou 2 reais. Próximo a grandes eventos então a situação se agrava, com cobranças
que ultrapassam os 10 reais e vão além. Isso, repito, para estacionar em via
pública.
É um gasto já incorporado às nossas
despesas.
Em que pese nós todos termos fortes
argumentos para apoiar o projeto, me preocupa um pouco a consequência social que
pode se observar. O raciocínio é simples – eles conhecem as ruas, têm seu modus operandi de coação, intimidação e constrangimento, e mesmo
hoje, cobrando de nós, (alguns) já praticam delitos, entre furtos e roubos.
Quero sim ver as ruas livres dos indesejáveis
flanelinhas, mas quero também que o Poder Público solucione o caso de forma
eficaz - nos ofereça mais segurança ou regulamente a função dos vigiadores
(processo mais complexo, de fato, e que só funcionaria com efetiva
fiscalização). O imposto que pagamos já é bastante suficiente para podermos ao
menos parar com tranquilidade em via pública, o que exige ação das autoridades
em geral.
Que se resolva mais essa grave questão
social, com o fim da ação marginal de certos flanelinhas, mas nos mantendo
seguros que o vigia de hoje não será nosso assaltante de amanhã.
Thiago Pena
Não creio que seja o caso de proibição, mas seria necessário uma conscientização de todos os envolvidos, no sentido de respeitar um ao outro, sem obrigatoriedade de pagamento, e nem proibição destas pessoas defenderem o pão de cada dia. O que ocorre na verdade é uma falta de respeito daqueles que não querem respeitar estes que estão de uma forma ou de outra trabalhando, bem como, aqueles que não concordam em pagar por um serviço que não contrataram. Vale a pena fazermos uma reflexão sobre o assunto.
ResponderExcluirRefletir o que?
ExcluirTa errado.
O espaco publico e publico e publico e a seguranca tem que ser feito pelo estado por profissionais treinados como a policia militar e nao bandidos, digo bandidos sim, extorcao e crime.
Nao se comete crime de extorcao sob o pretesto de desemprego.
Sao tidos como coitadinhos e eu pago a conta, alem de todos os impostos, dentre esses o que cabe a minha seguranca.