quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Lei contra os "vigiadores" de carros. Você aprova?





Flanelinhas - ou em bom Goianês, vigiadores - podem estar com os dias contados nas ruas. O Deputado Fabio Trad, do PMDB do MS, propôs Projeto de Lei (nº 2.701/2011) que já tramita na Câmara defendendo a criminalização dos chamados flanelinhas, os guardadores de carros estacionados em vias públicas. Estes passariam a ser puníveis com detenção de 1 a 4 anos por eventual constrangimento ou cobrança de valor por “vigiar” veículos.

Abaixo, trechos do texto legal proposto:


Art.158-A – Constranger alguém, mediante ameaça, a permitir a guarda, vigilância ou proteção de veiculo por quem não tem autorização legal ou regulamentar para o exercício destas funções. Pena – detenção, de 1 a 4 anos, e multa. §1º Incorre nas mesmas penas aquele que solicitar ou exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, dinheiro ou qualquer vantagem, sem autorização legal ou regulamentar, a pretexto de explorar a permissão de estacionamento de veículo alheio ou em via pública, bem como aquele que, sem o consentimento do condutor, constrange-o a permitir serviços de limpeza ou reparos no veiculo em via pública.§2º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, se resultar dano aos veículos em virtude do não consentimento do condutor.

Há sim vigiadores que ameaçam, constrangem e intimidam os motoristas, além, é claro, de cobrarem valores exorbitantes e antecipadamente. O cidadão se vê numa encruzilhada, pois se não aceitar o “serviço” e arcar com o custo, corre o risco de ter o veículo avariado ou, pior ainda, corre risco ele próprio.

O deputado completa: “as ruas passaram a ser ocupadas por indivíduos denominados flanelinhas ou guardadores de carros que se autoproclamam proprietários de determinada área, passando a ditar regras e normas de conduta às pessoas.”

Em Goiânia, a situação é essa, quiçá, pior. Flanelinhas não se contentam com centavos, e por vezes, nem sequer com 1 ou 2 reais. Próximo a grandes eventos então a situação se agrava, com cobranças que ultrapassam os 10 reais e vão além. Isso, repito, para estacionar em via pública.

É um gasto já incorporado às nossas despesas.

Em que pese nós todos termos fortes argumentos para apoiar o projeto, me preocupa um pouco a consequência social que pode se observar. O raciocínio é simples – eles  conhecem as ruas, têm seu modus operandi de coação, intimidação e constrangimento, e mesmo hoje, cobrando de nós, (alguns) já praticam delitos, entre furtos e roubos.

Quero sim ver as ruas livres dos indesejáveis flanelinhas, mas quero também que o Poder Público solucione o caso de forma eficaz - nos ofereça mais segurança ou regulamente a função dos vigiadores (processo mais complexo, de fato, e que só funcionaria com efetiva fiscalização). O imposto que pagamos já é bastante suficiente para podermos ao menos parar com tranquilidade em via pública, o que exige ação das autoridades em geral.

Que se resolva mais essa grave questão social, com o fim da ação marginal de certos flanelinhas, mas nos mantendo seguros que o vigia de hoje não será nosso assaltante de amanhã.

Thiago Pena

2 comentários:

  1. Não creio que seja o caso de proibição, mas seria necessário uma conscientização de todos os envolvidos, no sentido de respeitar um ao outro, sem obrigatoriedade de pagamento, e nem proibição destas pessoas defenderem o pão de cada dia. O que ocorre na verdade é uma falta de respeito daqueles que não querem respeitar estes que estão de uma forma ou de outra trabalhando, bem como, aqueles que não concordam em pagar por um serviço que não contrataram. Vale a pena fazermos uma reflexão sobre o assunto.

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    1. Refletir o que?
      Ta errado.
      O espaco publico e publico e publico e a seguranca tem que ser feito pelo estado por profissionais treinados como a policia militar e nao bandidos, digo bandidos sim, extorcao e crime.
      Nao se comete crime de extorcao sob o pretesto de desemprego.
      Sao tidos como coitadinhos e eu pago a conta, alem de todos os impostos, dentre esses o que cabe a minha seguranca.

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