O que leva um ser humano a avançar com o carro contra um grupo pacífico de ciclistas que promovem um passeio pelas ruas?
O motorista autor do atropelamento coletivo ocorrido semana passada (25/02) em Porto Alegre, onde pelo menos oito ciclistas se feriram, irá se apresentar hoje à tarde à polícia, e alegará legítima defesa, conforme relatou seu advogado.
Procurado pela imprensa a fim de prestar esclarecimentos, o motorista disse que agiu em legítima defesa própria e de seu filho que o acompanhava no momento, pois um pouco antes havia começado uma suposta discussão, que culminara com agressões de um grupo de ciclistas, que teriam inclusive causado avarias no veículo do acusado, na versão dele.
O fato é que é muito difícil, quase impossível, acreditar que não houve um motivo demasiadamente grave e forte que tenha levado o cidadão a dirigir em alta velocidade contra o grupo de ciclistas, entre crianças, jovens e adultos, de todas as idades. Isso se pensarmos pela lógica, partindo do pressuposto de que todos, a princípio, são normais.
Todavia, do jeito que as coisas tomam rumo, vários outros fatores podem ter desencadeado essa ação no mínimo criminosa, covarde e absurda. Com certeza cogitar-se-á embriaguez, uso de drogas, alteração de estado psicológico e outros males modernos que as pessoas julgam capazes de justificar condutas assassinas.
Sorte que não houve mortes, e por pouco, pois as cenas mostram claramente que o motorista simplesmente passou “varrendo” a rua de ciclistas.
As cenas chocam:
O motorista, devidamente instruído pelo advogado, conseguiu se afastar do flagrante, e com certeza, prestará depoimento hoje na delegacia já devidamente amparado pelos conselhos jurídicos de seu patrono.
Agora é aguardar e ver o desfecho dessa história, que, felizmente, não terminou como a maioria das outras hoje em dia, e do jeito que o Ibope gosta: de forma trágica.
Thiago Pena
Fonte: Zero Hora
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